sexta-feira, setembro 25, 2009

O voto inútil


- Eu quero que o meu voto seja útil.
- E como vais fazer isso, Louro?
- Ó Moura, vou votar mas voto num partido que não tenha hipótese de eleger algum deputado. Assim, o meu voto conta, pois não é considerado branco nem nulo. Mas é um voto que vai mostrar o meu descontentamento com os partidos do poder.
- Mas... ó Louro, se não me engano os votos que contam são os dos partidos que elegem pelo menos um deputado. Caso contrário, teríamos lugares vagos no plenário da Assembleia da República. Agora... eu acho é que, se estamos numa democracia representativa, a Assembleia da República deveria representar exactamente os resultados das eleições. Contando com tudo.
- Como?
- Ó Louro, somos pouco mais de 10 milhões de habitantes. Destes, com 18 ou mais anos seremos uns... 6 milhões. Contando com os emigrantes, seremos uns 7 ou 8 milhões de cidadãos com direito a voto. Bastaria fazer uma regra de três simples e teríamos os lugares da assembleia legislativa atribuídos de forma rigorosamente proporcional: as abstenções seriam lugares que ficariam vagos, assim como os votos em branco; aos votos nulos corresponderiam, em número proporcional, deputados que fossem autênticas nulidades; e os partidos ficariam com deputados na justa proporção de votos atribuídos pelos eleitores.
- Pois, Moura, mas isso é a brincar...
- Pois é, Louro. Mas se fosse a sério, só alteraria a parte dos votos nulos, que também corresponderiam a lugares vagos. É que, deputados que são umas nulidades, seria difícil isolá-los nesse novo grupo parlamentar...

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