O Rafaelito é que filmou isto com o Sonotone desligado.
Jorge Castro à garganta e Rui Pato à viola
Com a autorização do autor, aqui está este poema, agora sem ruído:
Por vezes
Um herói faz-se a cantar
No espanto doce e leve
De iluminar a cidade
E recordar o tempo à vida
Em acordes de esperança
Por vezes ele é a dança
É a razão
Encantada
De uma balada que abala
O torpor em contradança
Por vezes ele é sorriso
Ironia que desarma
O medo de arma em riste
Sorriso que faz o triste
Ser alegre de coragem
É a flauta encantada
É nau de outra viagem
Que traz ao povo a alegria
De cantar em romaria
Com bandeiras desfraldadas
Bandeiras da paz
Do pão
E do nome que ele tem
Que um povo sem ter nome
Pode bem morrer à fome
E há-de chamar-se Ninguém
Cântico a Catarina
Suor e sangue num grito
Menina que o medo mata
E que o vermelho desata
Nas papoilas da campina
Ou lagos de breu no céu
Bairro negro do menino
Com olhos de estrela de alva
Deixai-o que é pequenino
Zeca amigo
Está contigo
Um povo desperdiçado
Que se perde em triste fado
Mas colhe em tua voz abrigo
Seja a voz de quem trabalha
No som ritmado dos passos
Contra vampiros de palha
Nascente em vila morena
Que entre nós criou os laços
De saber quem mais ordena
De saber que vale a pena
Entrelaçar nossos braços
Fazer da vida um poema
Dourado em Maio maduro
Dentro de um coração puro
Cheio de vida para dar
... Que por vezes um herói
Também se faz a cantar.
- Jorge Castro
08 de Fevereiro de 2004"
«Os vampiros» de José Afonso
San'Tiago - Sons da Alma e Rui Pato
Ou eu me engano ou isto tem a minha marca(fraca).
ResponderEliminarDá para apreciar um pouco o que foi a jornada de convívio de 23/10
Tens toda a razão e vou ter que ir lá pôr isso. Entretanto, o OrCa autorizou-me a publicar o poema que ele lá disse. Queres que ponha isto no blog do Encontro?
ResponderEliminarComer, beber e cantar...
ResponderEliminarO que se há-de mais querer
P'ra sentirmos bem o ser
E gostarmos de cá estar?
Abraços.
Jorge Castro
Pena é que alguns quantos - que serão, inevitavelmente, boas e excelentes pessoas - se descuidem com a máquina de produzir sons e não sejam capazes de estar sem dar à borboleta por meia-dúzia de minutos... nem para ouvirem o fado de Coimbra, quanto mais o Rui Pato!
ResponderEliminarÉ pela palavra que vamos, na verdade. Mas, por vezes, com palavras a mais não chegamos a lado nenhum...
Mas foi boa a festa, pá! Fiquei contente.
Tu contente, nós contentes!
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