cortesia a demasia
um piropo ma non troppo
uma inveja perceveja
um arroto misantropo
cada dia uma agonia
pode ser que não se veja
um lagarto mais que farto
um escorpião sem chão
uma cobra bico-de-obra
um cão-de-guarda ladrão
o trabalho que é de parto
mas que foi falsa manobra
o destino um desatino
o fado um triste fadário
o lente só por lentilhas
haja um só solidário
e o clã clandestino
se virmos bem pôs-se a milhas
o discurso diz que é de urso
o imposto que é reposto
e da taxa o que é que acha?
e do vinho que é só mosto?
e do curso sem recurso?
quando é que isto vai ou racha?
e os dias passam iguais
passa a vida com desgosto
p’los dias que vão passando
sem curar do fogo posto
são as normas anormais
até quando…? até quando…?
elas vêm de Bruxelas
vem aí o FMI
da Alemanha vem só manha
como hei-de sair daqui?
como curar as mazelas
desta maleita tamanha?
e o povo com denodo
remoendo o triste fado
vai andando… vai andando…
sem chegar a nenhum lado
atolado neste lodo
até quando…? até quando…?
neste vira a que me entrego
viras tu e viro eu
sempre no baile mandado…
para chegarmos ao céu
viremos o bico ao prego
virando o vira bailado
- Jorge Castro
25 de Março de 2011
ólá par de jarras
ResponderEliminarjá mandei 1 mail ao Jorge...
está 1 portento !!!bjs, são
Mandaste-lhe 1? Ele deve estar todo contente... e afogueado :O)
ResponderEliminar...e não é que viraram mesmo, o bico ao prego!
ResponderEliminarMais um poema à boa maneira do Jorge, sempre certeiro e bem atual!
ResponderEliminare o povo vai andando ao som do baile mandado...também pergunto até quando???!!!
ResponderEliminarMas olha que o povo bailou hoje nas escadas de São Tiago e foi bem giro ;O)
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