A lenda oculta das Caldas e o Chico das piças - Charlie
Eis então por fim chegados
Onde por artes de dedos magos
E rijos no seu trabalho
Vêem a luz do dia em estado
de erecção e bem pintados
Os Perfeitos e belos Falos
Foi aqui que D. Leonor
Pondo de lado o seu pudor
Por mágoa del Rei João II:
- Escutai bem a minha dor
Nem que seja em Dama de Honor
Hei-de deixar um filho ao mundo...-
Foi ela então aconselhar-se
A parteiras e seus pares
Como aceder ao exigido.
Todas lhe disseram mal
Do seu ventre não sairá
Nunca um filho pro seu marido
Em estado de desesperação
Decidiu sair então
A um sítio de magia
Disse-lhe o mago: - Há solução
Siga a minha indicação
Na noite em que o luar faz dia -
E foi só sem os seus pagens
nem damas nem carruagens
na direcção dum certo paúl
Quando chegou ao fim da viagem
O que viu pareceu miragem
Tanta gente em pêlo nu.
Esfregavam os seus corpos
Por uma pedra alta e torta
Com a tal forma especial
E faziam uma troca
Passando de boca em boca
Uns objectos de ritual
Ficou então pasmando assim
O que faço eu aqui
Nestas águas de pecado
Mas depois seguiu enfim
Entrou nessa roda sim
E surgiu o resultado.
A barriga em crescimento
O Rei em contentamento
Por um filho ao Reino deixar
Deu-lhe esse consentimento
De fazer um povoamento
E nas águas hospital
Mas falou ao povo então
Sendo rainha em solo cristão
Não posso deixar continuar
Embora esteja em gratidão
Isto é um ritual pagão
Vou punir quem o praticar
Poderão fazê-los, sim
Na tradição do que foi aqui
Os objectos em faiança
Serão usados pra outro fim.
À mesa contendo vinho
Desvanecendo a lembrança.
Mas vejai como segue acesa
A arte da velha rijeza
do Pai que a vida nos deu
Às forças da Natureza
Por mais que pensem certezas
Nunca ninguém as venceu
Das nascentes que são História
Foi-se no tempo e na memória
O antigo ritual
Mas o Falo é a grande glória
Destas caldas que assim provam
A magia ancestral
E voltamos ao início
Aos dedos que em ofício
Fazem festas que cobiças
Gentes, antes que lhes faltar isso
Que empina o chouriço
Lembrai-vos do Chico das Piças
Ele fá-los pra todos os gostos
De feitio e santo rosto
Sem camisa e sem preguiças
Tem um nome muito bem posto
O bem dispalho do carosto
grande mestre Chico das Piças.
Charlie
Ele há gente muito estranha!!!
ResponderEliminarMas pronteeesss...
Estranha-se mas também se entranha, Noé?
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarE o Coro, sem decoro, não decorou!
ResponderEliminarAquilo só dava se puxássemos os cordelinhos.
ResponderEliminaro coro, animado pelos preliminares, deu uma e depois deu outra e depois mais outra... mais uma lenda que se cria..:)
ResponderEliminarE já nem saíamos de lá, se não fosse a agenda estar apertada.
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