No final do cortejo da Santa Bebiana, só assistimos ao longe ao bailarico, em que o polivalente «padre Abreu» iniciou as cantorias.
Nós preferimos ir cear ao «Cangas», onde nos esperavam entrecosto de javali com castanhas e frutos silvestres, bifes da vazia com cogumelos selvagens, o vinho de Caria «2.5» (que, como o meu irmão Lourenço explicou, tem esse nome porque é a média de sócios - 5, a dividir pelo número de freguesias a que pertencem - 2) e, para terminar a ceia, uma jeropiga que era de estalo.
O David Caetano foi cear connosco e presenteou a São Rosas com um «cu da Guarda», do artista Daniel Martins. Como lhe paguei a ceia, no dia seguinte o David Caetano gabou-se aos amigos que "deu o cu por um jantar". A Mariana é que ganhou uma aula de bonsais, completamente à borla.
Saídos do «Cangas», como os cafés e bares estavam fechados, fomos «recear» (isto é, voltar a cear). Apanhámos a automotora, marcava o relógio da torre 8h15m (e ficou assim o tempo todo em que estivemos em Caria, pelo que deduzimos ali que o tempo não voa, como noutros sítios). Comemos a bola de carne e o bolo de canela que sobraram do furo na área de serviço de Celorico da Beira (e não Moimenta, ó Rafael), acompanhados com cervejas fresquinhas do mini-bar da automotora.
Depois disso, deixámos a TriMargarida e a Rita (maquinista e revisora) dormir e fomos pôr os Rafelitos e os Carvalhos às suas caminhas no «Passado de Pedra». O Rafael deitou-se na cama, de pernas decentemente fechadas...
... mas não tardou a abri-las:
Enquanto a Celeste nos mostrava os aposentos...
... o Rafaelito renovava-lhes o ar... e não parava de rir, o malvado:
O riso, tal como o cheiro, é extremamente contagioso:
E "até amanhã".
No sábado de manhã tivemos uma visita acompanhada pela guia do Turismo de Belmonte, Elisabete Manteigueiro, da Gaia, que começou por nos mostrar a Casa Etnográfica de Caria:
Mesmo dentro da casa, a Celestita brilhou como o sol.
O Paulo Moura aproveitou o pretexto de terem passado pelos calendários de gajas nas paredes da barbearia para contar à guia o seu sonho: "ter um espaço para a minha colecção de «carálhozô»".
... e lá saímos nós para visitar a Casa da Roda de Caria, ali mesmo ao lado.
A gaia, da Guia... digo, a guia, da Gaia explicou-nos como funcionava a roda:
Segundo ela, a roda tinha dois andares porque um era para as pessoas poderem deixar mensagens e/ou alguns pertences (cueiros, camiseiros,... como vimos em mensagens da época expostas lá dentro). O Carlos Carvalho pôs a hipótese de aquilo ser para gémeos:
E subimos para a Casa da Torre onde, depois de um impasse porque nenhuma chave abria o portão, lá conseguimos entrar para o auditório (muito pequeno, benza-o Santa Bebiana, pois não dá para mais de 80 pessoas sentadas, calculo eu) e para o pátio interior, muito interessante, com uma construção que não se sabe que uso teria, um lagar que foi reconstruído, um grande poço com escadaria de acesso... e uma inscrição na parede que foi explicada aos presentes, em linguagem oral e gestual:
Acabada a visita à Casa da Torre, telefonámos para o «Cangas» para escolhermos o prato do dia:
Luís do Cangas - Há arroz de marisco e leitão da bairrada.
Paulo Moura - Sai arroz de marisco para 14.
Rafael - Eu não. Quero bacalhau assado com batatas a murro.
Luís do Cangas - Pode ser. Na lista temos bacalhau grelhado.
Rafael - Não quero grelhado. É assado.
... e ficávamos nisto se a Celestita não interviesse e pusesse azeite na fervura.
Na descida para o «Cangas», continuámos as nossas figuras
O Paulo Moura mostrou as ruínas do lagar de vinho da família, onde ele próprio acompanhou, quando criança, a produção de vinho:
Ao almoço, tivemos a companhia da D. Mariazinha, Mãe do Paulo e do Lourenço, e da sua companhia de há mais de 40 anos, a Rosita.
O Rafael comeu uma bela posta de bacalhau. Só não sei se era grelhado ou era assado...
Depois de mais uma dúzia de copos de jeropiga que veio para a mesa e secou num instante, dirigimo-nos para o salão da Junta de Freguesia de Caria, onde chegou também a Banda Filarmónica de Caria, dando início à tarde de festa da Santa Bebiana:
Depois de um grupo de concertinas que iniciou as actuações, lá subiu a Tuna Meliches ao palco para cantar quatro músicas: «Movimento perpétuo associativo», o «Mais oui, c'est ça», a «Samaritana» e o «Arre burra». Com a Tuna Meliches em versão MineTuna, o «special guest star», Neil Young (Chico Padeiro):
(maldita máquina que corta o som quando se faz zoom!)
Grande inauguração do bombo de
O São Martinho, lá atrás, ria-se... vá-se lá saber porquê.
A completar a magnífica reportagem, tenho de agradecer ao cariense Paulo Moura a gentileza do convite para participar numa aventura inolvidável!
ResponderEliminarOrganização impecável.
Agradecer ainda à nossa Margarida pelo transporte na " sua humilde casinha", cheia de conforto e de afetos!
A Joana deu-me tanta luz!Adorei!
Dormi como uma princesa,no "Passado de Pedra", um luxo!
A companhia dos amigos, tantos, a que ainda se juntaram os "agricultores da Quinta do Panasco"
e outros, em especial a dona Mariazinha e a dona Rosinha, enfim, um fim de semana em cheio!
Foi mesmo.
ResponderEliminarDe tudo, só tive pena de não ter podido ajudar-vos no furo da automotora na área de serviço da A25 em Celorico da Beira...
Convosco, qualquer lado é bom para convivermos e nos divertirmos.
Viva a santa!
Grande reportagem...e o que ainda falta!
ResponderEliminarO Carlos tem também grandes momentos... da automotora que embalou duas meninas num sono profundo, junto ao carro funerário!
As boas companhias nunca são de desprezar!
Foi agradável o rever os amigos de Caria! uma especial referência para tua mãe e Dona Rosinha!
É destes convívios bem dispostos que eu gosto! não há crise que abale estes momentos!
Porcaria é a crise!
Mas por Caria, não vai nada,nada! Tudo!
Bem me tinha parecido que Santa Bebiana era um bom programa.
ResponderEliminarVale pela originalidade e pela simplicidade das gentes de Caria. E também vale pela alegria e esplêndida capacidade comunicativa dos seus filhos e amigos.
Gostava de ter lá estado, carais!
Rafaelito, é Rosita (sem Dona).
ResponderEliminarVianita, tenho a certeza que irias gostar. Como nós gostaríamos que lá tivesses estado connosco.
VIVA A SANTA!