«Quinta dos Termos» é notícia no «Jornal do Fundão»

52 hectares de vinha, ainda para mais na Beira Interior, é obra!
Quinta dos Termos sempre em crescimento
artigo de Filipe Sanches para o JF de 18/10/2007

Aquilo que começou por ser quase uma brincadeira, é hoje um negócio de enorme êxito e que está a deixar João Carvalho preocupado.

NUMA altura em que entra no sétimo ano de produção, a Quinta dos Termos, no Carvalhal Formoso (Belmonte), continua em franco crescimento e a ganhar importância no sector dos vinhos em Portugal. Para além de estar em todas as garrafeiras da Beira, a marca lançada por João Carvalho alargou horizontes e hoje espalha-se pelo país, marcando presença em todos os espaços do Grupo Sonae (Modelo e Continente) e até nas elitistas e exigentes Lojas do Gourmet, no “El Corte Ingles”, em Lisboa e Gaia.

Quando em 2001 se lançou no sector, João Carvalho estava longe de imaginar que os seus vinhos entrariam de “caras” no mercado. “O Quinta dos Termos foi bem aceite e o próprio mercado puxou por nós. Fomos plantando cada vez mais vinha, testando novas castas e a produção foi aumentando. Todos pensavam que a adega era enorme, mas rapidamente se tornou pequena e neste momento estamos a ampliá--la”, explica João Carvalho, que no seu investimento tem contado com apoios do IFADAP.

A Quinta dos Termos tem uma produção de 200 mil litros por ano, mas a área de vinha aumentou recentemente para 52 hectares e, por isso, em 2009 já deverão sair da adega 350 mil litros. João Carvalho tem uma rede própria de distribuição e na quinta emprega quatro pessoas a tempo inteiro, contando ainda com a sabedoria de quatro técnicos: o enólogo Virgílio Loureiro, o engenheiro Santos na viticultura e as engenheiras Lurdes Carvalho (sua esposa) e Teresa Martins no departamento químico. No tempo das sachas e das vindimas, os empregados atingem a meia centena.

Com o crescimento do negócio, João Carvalho vê-se obrigado a dormir na quinta e às sete da manhã já está na adega. Diz que precisava de dias mais compridos. O engenheiro é ainda empresário da área têxtil e da construção civil e também professor universitário na UBI. “O vinho começou por ser um hobby, mas tornou-se um assunto demasiado sério. Falta-me tempo para todas as minhas ocupações”, revela João Carvalho, que não fecha a porta a um eventual negócio: “Vender? É possível, sim. Quem me conhece sabe que não me agarro muito às coisas. Mas não sei se alguém estaria disposto a pagar-me aquilo que qualquer um dos meus negócios vale.” Não é a primeira vez que uma grande sociedade do sector vinícola compra uma marca de sucesso. Nunca se sabe se não virá por aí uma oferta. Mas João Carvalho não pensa nisso e preocupa-se já com novos produtos. Depois do espumante, poderá vir a aguardente e também a entrada no mercado do mel.
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Na Quinta dos Termos existe o único campo de clonagem da Beira Interior, supervisionado pelos professores Antero Martins e Luís Carneiro e apoiado pelo Ministério da Agricultura, que tem como objectivo recuperar a quase extinta Fonte Cal, uma casta branca, tradicional da Beira Interior. Foram resgatadas 206 videiras em toda a região e fizeram-se 15 enxertos com cada uma delas. Dos 3090 enxertos resultantes, seleccionar-se-ão 20 por cento, que servirão para fazer outro campo. Depois serão seleccionados 10 por cento, obtendo a casta final. Este processo de recuperação da Fonte Cal tem sido elogiado por vários especialistas. A Quinta dos Termos tem outras novidades para além da Fonte Cal, como o Riesling (branco), o Syrah e o Tinto Cão (tintos) e o Baga (espumante tinto e rosé). Este ano, a marca já recebeu uma medalha de prata em Portugal (com o Reserva Tinto de 2004) e três distinções em Inglaterra (com o Touriga Nacional 2004, o Colheita Seleccionada de 2004 e o Espumante Tinto de 2005).