Pois este ano partilha (este gajo é um partilheiro) outras Janeiras dele connosco:
‘inda agora aqui cheguei
mal pus o pé nesta escada
logo meu coração disse
aqui mora gente honrada
nós somos rosas por desfolhar
as boas festas viemos dar
eram assim as Janeiras
que eu cantava em menino
entoadas nas soleiras
de construir o destino
e nem o frio mais duro
nessa terra transmontana
nos ensombrava o futuro
do canto que nos irmana
lado a lado em altas vozes
cada porta respondia
avelãs, castanhas, nozes
do melhor que em casa havia
de ricos farta fazenda
de pobres a demasia
ia crescendo a merenda
aquecendo a noite fria
e quando algum não tivesse
que dar senão alegria
trazia a voz que soubesse
e em vez de dar recebia
se o passado era este
em pobres versos que apuro
que o presente mais agreste
colha esperanças de futuro
então assim como Aleixo
que a vida dava a cantar
senhor estas quadras deixo
em festas boas de dar
e que esta voz que parece
ser de um só no seu soar
seja a de quantos aquece
estarem juntos a cantar.
- Quadras de Jorge Castro
Original amavelmente surrupiado ao blog Sete Mares, do nosso amigo Dom OrCa.
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